terça-feira, 29 de outubro de 2013

jogar capoeira na praia

O dia acordou nublado, mas mesmo assim alguns raios de sol conseguiram escapar. Primeiro sábado do mês, tem feira do Lavradio, consumismo que conforta alma, embeleza o coração.

Final de tarde e mais um vez a praia me chamou. Me perdi no mar alguma vezes, e na minha meditação diária junto a natureza, o amor sempre fica a flor da pele. Voltei pra areia e um casal jogava capoeira. Parecia um quadro, um corte de um filme ou até mesmo o trecho daquele livro que seria meu preferido, mas ainda não li. Assisti ao jogo que fez meu olho brilhar, sem ego, sem culpa, sem amarras, dois corpos se expressando sob o céu de setembro da maneira mais linda e livre que poderiam. Um amor tão grande e pleno, um felicidade tão sincera e independente que se pudesse voltar no tempo diria aos dois: Espero um dia encontrar alguém pra jogar capoeira na praia.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Pelo amor livre

Eu prometo não te prometer nada
Nem te amar para sempre
nem não te trair nunca
nem não te deixar jamais.
Estou aqui, te sinto agora
sem máscaras nem artifícios
e enquanto for bom para os dois que o outro fique.

Nada a te oferecer senão eu mesmo
Nada a te pedir senão que sejas quem tu és
a verdade é o que de melhor temos para compartilhar.

Tuas coisas continuam tuas e as minhas, minhas.
Não nos mudaremos na loucura de tornar eterno
esse breve instante que passa.

Se crescemos juntos
ainda que em direções opostas
saberemos nos amar pelo que somos
sem medo ou vergonha
de nos mostrarmos um ao outro por inteiro.

Não te prendo e não quero que me prendas
Nenhuma corrente pode deter o curso da vida
nenhuma promessa pode substituir o amor
quero que sejas livre como eu próprio quero ser.
Companheiros de uma viagem que está começando
cada vez que nos encontramos novamente.

(Geraldo Eustáquio de Souza)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Manual

Nunca levei a serio a palavra auto conhecimento, pra mim sempre pareceu ser mais uma baboseira de livros de auto ajuda. Buscar auto conhecimento? Quem mais, se não eu, pra me conhecer por completo? 
Mas a vida vai seguindo e a gente percebe que funciona sobre alguns comandos. O que pra mim soa péssimo, não quero me limitar, sou um punhado de experiencias rodando atras de tantas outras. Mas nosso corpo e nossa mente, infelizmente obedecem a certas regrinhas próprias que - por mais que eu odeie essa frase, tenho que dizer - nunca mudam. 

No meu caso, descobri hoje uma regra tão obvia do meu manual de instruções, mas que passei a vida inteira sem saber. Eu sou lenta! Meu corpo, minha mente reagem a transformações de forma gradual. Minhas conquistas, também são lentas. Minha assimilação, nem se fala. Eu que sempre me orgulhei por ser ótima sob pressão, percebo que sou uma farsa de mim mesma. Meu processo é lento e se quiser os resultados que tanto busco, preciso começar antes.

É bom se descobrir, sigo tentando..

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Acasos

Eles acontecem a todo momento, todos os dias. Me questiono como seria se eu tivesse chegado um minuto depois, ou se talvez tivesse ido embora um minuto antes. Acredito que essa seja uma forma de significar aquilo que não possui significado. As coisas acontecem e simplesmente acontecem, aceitar que conhecer o grande amor da sua vida foi pura e simples obra do acaso parece fazer perder a mágica. Mas existe mágica maior do que o acaso? Você poderia não ter ido, você poderia ter ido embora mais cedo, mas a grande questão é.. VOCÊ NÃO FOI! Você estava lá e o tempo não volta. A vida são os acasos que nos permitem expandir experiencias, conhecer pessoas e lugares. E tentar significa-los é perca de tempo. 

Infelizmente, Deus morreu com Nietzsche no século passado e o nosso "destino" são os acasos que nos permitimos viver.

Liberdade pra viver, coragem pra aceitar os acasos que a vida traz. Isso é felicidade, feliz, feliz..

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Um maço de cigarros e 5 quilômetros



Hoje, após uma sessão de cinema, tive um surto.

Minha vida pareceu perder sentido depois de constatar que tento poetizar e transformar em filmes meus dias. Fiquei decepcionada em perceber que a mulher que eu acreditava ser acredita em contos de fadas. Comecei a tremer e correr, meu corpo reagiu de forma agressiva ao que minha mente dizia. Eu nunca senti tanta necessidade de estar exausta para, conseguir assim, parar de pensar. Como se um terremoto tivesse acontecido dentro de mim, meu pensamento, minhas pernas e minhas mãos não conseguiam ficar estáveis por mais de três segundos. Sentia que toda minha existência tinha ganhado outro significado, mas ao mesmo tempo que o encontrava, o perdia. Um maço de cigarros e 5 quilômetros pedalados aliviaram minha angustia. 

Minha respiração, meus batimentos, minhas reflexões.. eram todos acelerados demais para serem interpretados. E ainda são.


Processando.. 




Sento e medito, um cigarro de cada vez.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

Amores de passagem


Seu desafeto a deixou desfeita, até que sua falta se tornou costume.
Refez-se da sua ausência, o transformou em memória e seguiu  a procura de tantas outras histórias de amor..

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sobre as ideias

Sou uma idealista. 

Com frequência me apaixono por minhas idéias e me apego com força à elas. 

Desde os 13 anos, quando comecei a ver a sociedade de forma mais crítica, me apaixonei pela ideia de ser jornalista. Me apaguei ao sonho de dividir com o mundo meus olhares e também de poder olhar de perto o que acontece nesse mesmo mundo, às vezes tão distante pelas lentes da mídia. Apesar das desilusões, persisto nesse ideal e tal obsessão me parece saudável. Afinal, minha ideia está se transformando em realidade.

Mais ou menos naquela mesma época, também me apaixonei pela ideia de mudar o mundo, me apeguei ao plano de fazer da minha vida algo que fizesse sentido, me apeguei ao plano de lutar por uma sociedade mais justa. E hoje, diante das ruas do meu país cheias, percebo que ainda que crescidos no sofá de casa e na frente das telas de computadores, minha geração nunca desaprendeu a sonhar. Conseguimos disseminar as ideias que surgiram na comodidade de nossos sofás pelas telas dos nossos computadores. Elas ganharam energia na rede, tornaram-se ações e acabamos de iniciar um caminho sem volta, o da luta por mudanças sociais e estruturais de um país, o nosso.

De um tempo pra cá me apaixonei por uma nova ideia, a de me apaixonar. Aprendi com a solidão e sinto que é hora de dividir. A ideia de um amor parece leve e acolhedora, o problema é que ela também pode ser um pouco limitada. Conheci um rapaz e o alienei a minha ideia, ele era inteligente e bonito, sabia usar as palavras e parecia se enquadrar. A idealização, obviamente, não deu certo. Foi quando pude perceber que o amor não se trata de ideias. Me apaixonei pela ideia de tê-lo comigo e esqueci de observa-lo,  ele tornou-se uma ideia tão bonita e carinhosa que não pude enxerga-lo na sua verdade. Ideias no amor estão sozinhas, são de um só e, como já disse Rita Lee, o amor é dois.

As ideias são apaixonantes, mas são efêmeras. Como um casulo elas têm seu tempo e se não se transformam, morrem, ficam pra tras. Ideias foram criadas para se tornarem ações, para se realizarem!

Que a minha paixão pelas ideias tenha energia o bastante para transforma-las em movimento.